Gosto muito de tecer medias mantas. Elas são grandes, me dando aquela sensação repousante de tecer, tecer, tecer sem me preocupar com finais e recomeços. É um durante muito tranquilizador, como só os durantes podem ser, quando não há decisões a tomar, está tudo nos trinks e basta ir seguindo... tão bom...
Agora vou tecer no comprimento da media manta até o fio Tonalitá acabar ou meu pique para tecê-la se esgotar. Por vezes é o próprio trabalho que se esgota... é estranho e incrível como isso acontece mas quem tece continuamente sabe como isso se dá: de repente o trabalho indica que acabou, que não há mais nada ali para ser tecido e que se for forçada uma continuação ele ficará azedo... difícil de colocar em palavras mas é exatamente assim que se dá.
Então a media manta Tonalitá se encaminha para seu fim; ele pode estar logo ali ou mais além, isso eu não sei dizer mas nela não haverá mais criações e idéias novas a serem incorporadas, ela está simplesmente se fechando para seu arremate.
Depois disto, seguirá para sua existência útil, irá doar calor nos dias e noites frias e acalentar alguém, bicho e gente, em seu tecido encorpado e macio.
Tomara que ela seja uma manta feliz, daquelas bem usadas, bem usadas mesmo, de tão querida por todos.
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